27 de julho de 2013

Barco à vela, que se abandona...

Hoje, vendo a peregrinação desses jovens na Jornada Mundial da Juventude, lembrei dos dias em que eu era Igreja, que vivenciava toda a tradição e doutrina que minha religião assume para estar próximo de Deus, e comecei uma oração. Falei com Deus do quanto sou grata, do quanto Ele me ampara, do quanto eu preciso d'Ele em minha vida e de como Ele sempre me socorre, mesmo eu distante. Pedi perdão por não perceber isso nos momentos de tribulação, e que minhas trevas precisam ser iluminadas por Sua luz.

Também pedi perdão por ter a ilusão de que sou completamente capaz de, sozinha, seguir o caminho que me é colocado à frente, que sou a dona do meu destino. Não sou. E cansei de fingir que é isso. Eu, do alto de minha soberania, independência emocional, teria vergonha de admitir o que acabei de expor. Mas a verdade é que estou tão desorientada com tanta independência e liberdade que o que me resta é a humildade de reconhecer que me perdi do caminho que me fazia feliz, do meu caminho, da minha Igreja, da minha fé. Falei ainda que, sendo assim, o leme voltaria às Suas mãos, que agora o rumo que deverá ser tomado por este barco será definido por Ele, o bom e sábio capitão, que a mim cabe fazer o que Ele ordenar, como um bom marinheiro. Como bom marinheiro também quero ser para entender as ordens do meu capitão, para ler suas instruções e executá-las, pois meu capitão não pode sair de seu lugar para fazer o que deve ser feito por mim.
Não pedi que navegássemos por águas tranquilas, mas pedi coragem para confiar que as tempestades que nos atribularão por este mar serão vencidas. Me entregar à vontade daquele que já escolheu a rota a ser trilhada. Não ter medo de aceitar o que virá, por saber que, mais importante que minha vontade, é a minha necessidade.





18 de maio de 2013

Cara de Família

A música me acalma. É uma relação de dependência. Gostaria de falar sobre uma música que eu amo, pois me traz pra realidade, me desafia a assumir a responsabilidade por minha vida, mas sempre com referência naqueles que me educaram, me ensinaram os valores essenciais para eu tentar viver com dignidade. A música por si fala muita coisa, é católica, foi composta por Grecco e a conheci interpretada pela belíssima e delicada voz de Ziza Fernandes, que ultimamente tem sido minha trilha sonora de vida (além de "Retirantes", rs). "Cara de Família" fala dos conselhos, das preocupações, dos exemplos que nossos pais nos dão e que nos forma o caráter. Bom, vou socializar a letra para que possam curtir (ou não) essa canção.



Meu pai me disse que a vida
Não tem nada de marcada
E que o destino não é nada
Levando a gente na vida

E toda vez que eu paro e olho
Pra esse velho companheiro
Vejo quem deu pra essas paredes
Essa cara de família

Deixa eu ver a mão machucada
Te levanta, deixa essa cama
Estou tão triste, quero falar-te
Fica calmo filho, não chora!

E não sabem dar valor pra essas coisas...
Ter um lar é um tesouro!

Minha mãe me disse umas coisas
Sobre os ódios do meu peito
Disse que o ódio que se guarda
Vai matando só quem sente

Minha mãe juntou as minhas mãos
Ainda quando eram pequenas
E me falou que tinha um Deus
Que era um tal papai do céu
Que era Pai!

Deixa eu ver a mão machucada
Te levanta, deixa essa cama
Estou tão triste, quero falar-te
Fica calmo filho, não chora!

E não sabem dar valor pra essas coisas...
Ter um lar é um tesouro!

Meu Deus, como seria bom
Seria bem melhor se fosse sempre assim...
Meu Deus como seria bom
Só hoje pude ver o que isso fez pra mim...
Meu Deus como seria bom
Seria bem melhor pra cada um
E assim pra todos nós.


14 de maio de 2013





"Hoje eu estou desolado e não tenho razões para mentir, e vivo da minha desolação o meu processo de continuidade, porque se eu nego o sofrimento que me ataca, ele nunca vira arte dentro de mim."

(Pe. Fábio de Melo)